O processo de territorialização, como explica o
historiador Fonseca Neto,
professor da Universidade
Federal do Piauí (Ufpi), é
caracterizado por uma série de elementos, como a
ocupação ordenada de um
determinado nos marcos
de normas jurídicas e do
estabelecimento de uma
ordem política social e
econômica.
Ele explica que os primeiros registros quanto à
configuração da territorialidade piauiense são ainda
do período colonial, quando do loteamento do litoral brasileiro em capitanias
hereditárias, depois expandido pela ocupação econômica que seguiu o curso
dos principais rios do Estado, mas ressalta que, historicamente, poucas pessoas
tiveram direito sobre o título de posse dessas terras.
Professor Fonseca Neto (Foto: Elias Fontenele/ODia)
“Piauí originalmente foi
doado para cinco pessoas,
passamos 20 anos tendo
esse território que hoje se
entende como Piauí pertencendo a cinco pessoas,
aliás, a quase uma, porque
elas pertenciam praticamente à mesma empresa,
a famosa Casa da Torre
da Bahia, que ocupou esse
território e que depois passou a ser uma parte da dos
padres jesuítas. Outras partes foram fracionadas para
outras pessoas”, esclarece o
professor.
Fonseca ainda menciona
que todo este processo foi
marcado pelo massacre de
populações indígenas nativas, que terminaram dizimadas por colonizadores
interessados em explorar o
então território piauiense,
ou tendo que migrar para
outras regiões. “Essa população, que ocupava as
ribeiras, foi radicalmente
atacada”, pontua.
Por: Breno Cavalcante